As ameaças à liberdade religiosa no mundo


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A liberdade religiosa é considerada 
como a primeira das liberdades, 
entre outros motivos porque age 
como 
uma pedra de toque de todo o sistema 
de direitos e liberdades em uma nação. 
É uma experiência generalizada: 
se esta liberdade não está garantida, 
nenhuma outra será respeitada.
No mundo contemporâneo, há dois
 tipos de ameaças à liberdade
 religiosa: por um lado, em vários 
Estados (sobretudo no Oriente 
Médio e algumas nações como a
 China e Coreia do Norte) há graves 
proibições contra os fiéis, 
com risco de prisão, torturas e inclusive a morte. Por outro lado, o laicismo radical ameaça 
a liberdade religiosa cada vez em mais países.

Entre os Estados que permitem ataques violentos à liberdade religiosa, cabe destacar 
o caso da Arábia Saudita, considerada a nação mais refratária a esta liberdade humana,
 onde é proibida qualquer manifestação de fé religiosa diferente da oficial, inclusive em privado
 ou na intimidade do lar.

Nos países ocidentais (Europa e Estados Unidos), os ataques à liberdade religiosa não são 
violentos, mas sutis. Nestas nações, estão sendo introduzidas formas de laicismo radical, que
 defendem que a religião é um assunto privado, que não deve ter manifestações públicas. 
Por isso, são criticados os líderes religiosos que manifestam sua opinião em assuntos de índole
 pública.

O laicismo radical dos países ocidentais pretende reduzir a liberdade religiosa à simples 
liberdade de culto. As confissões religiosas seriam livres para celebrar seus ritos e cultos, 
bem como convocar seus fiéis, mas não para ter um corpo doutrinal próprio ao qual seus 
seguidores pudessem aderir.

Não seria correto, neste contexto, que os líderes religiosos tivessem uma moral diferente 
da oficial, ou que um fiel manifestasse a objeção de consciência em certos assuntos, como
 aborto, a política familiar ou o chamado casamento homoafetivo.

Especialmente preocupante é o caso dos Estados Unidos, com o programa Obamacare, que 
busca que todos os planos de saúde, hospitais, universidades e instituições – inclusive 
religiosas – facilitem certos tratamentos, incluindo alguns considerados imorais por muitas 
confissões religiosas, como o aborto e a anticoncepção. O Obamacare provocou reações 
de bispos, que denunciaram este ataque à liberdade religiosa.

Neste contexto, os países da América Latina podem se sentir privilegiados. Alguns indicadores
 internacionais consideram a América Latina como a melhor região do mundo no que se refere à
 liberdade religiosa.

Nestas nações, o âmbito religioso é vivido com normalidade; nenhuma crença tem sua 
liberdade limitada e existe uma sincera colaboração entre o poder civil e as principais 
confissões religiosas, sem discriminação de ninguém

Existem exceções, como Cuba, um dos piores países do planeta em matéria de liberdade 
religiosa. Além disso, há países que são cada vez mais preocupantes, como a Venezuela.
 E, em alguns Estados (particularmente Uruguai e México), há um substrato histórico de laicismo 
radical que, no entanto, derivou ultimamente em fórmulas de convivência e respeito mútuo entre
 as instâncias religiosas e políticas.

No entanto, os países da América Latina estão expostos às influências do exterior em todos
 os âmbitos, e a liberdade religiosa não é uma exceção. Percebe-se cada vez uma maior 
influência do laicismo radical, cujas consequências ainda são desconhecidas.

A recente eleição do primeiro papa latino-americano pode significar uma mudança nesta tendência.




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