Museu de Israel apresenta pedra atribuída ao anjo Gabriel

Pedra da Revelação do Anjo Gabriel

Museu de Israel, localizado em Jerusalém, expõe para o público a Pedra da Revelação do Anjo Gabriel pela primeira vez. Principal artefato de uma exposição que iniciou este mês, a peça é considerada o mais importante achado arqueológico na região desde a descoberta dos Manuscritos do Mar Morto.

A exposição “Eu Sou Gabriel”, da qual a pedra íntegra, aborda a importância do personagem para o princípio das religiões Judaísmo rabínico, Cristianismo e do Islamismo. Segundo o site do Museu, a exposição estará disponível para visitação até 11 de fevereiro de 2014.
Um conjunto de artefatos irá contextualizar as inscrições da pedra com uma série de antigos manuscritos raros - incluindo um fragmento dos Manuscritos do Mar Morto. Com a exposição, é possível traçar o desenvolvimento da figura do Anjo Gabriel em todos os primeiros anos das três religiões.
“A Pedra da Revelação do Anjo Gabriel reflete a atmosfera messiânica, a ansiedade sobre o destino de Jerusalém, e o novo papel dos anjos como intermediários que caracterizaram a orientação espiritual dos judeus”, destaca o site do Museu de Israel sobre a importância do artefato.
Escrita em tinta sobre pedra, o texto possui 87 linhas em hebraico. O texto em primeira pessoa apresenta o narrador se identificando como o anjo Gabriel. A inscrição compreende uma série de diálogos, onde no principal o orador se apresenta três vezes como “Eu sou Gabriel”. Ele conversa com uma figura humana - um visionário ou profeta - comunicando uma visão.
Pesquisadores e estudiosos discordam entre si a respeito da leitura da inscrição. “No entanto, todos concordam que o principal tema da inscrição é um ataque a Jerusalém e na esperança de que Deus vai ver a libertação da cidade por causa de Davi, seu servo, talvez se referindo ao Messias, descendente de Davi”, explica o site.

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Texto em pedra fala de ressurreição do Messias décadas antes de Jesus

Arqueólogos estudam obra apocalíptica atribuída ao anjo Gabriel, do século I a.C. 
Se interpretação for correta, esperança sobre Salvador ressuscitado era judaica.


Uma misteriosa placa de pedra que parece datar do século I antes de Cristo pode vir a mudar a percepção sobre as origens do cristianismo e revelar que os judeus, antes mesmo de Jesus Cristo, já acreditavam na chegada de um Messias que morreria e ressuscitaria após três dias. 

Isso é o que afirma o pesquisador Israel Knohl, assegurando que sua análise de um texto hebraico escrito nesse pedaço de rocha "poderá mudar a visão que temos do personagem histórico Jesus". "Esse texto pode constituir o elo perdido entre o judaísmo e o cristianismo, à medida que insere na tradição judaica a crença cristã na ressurreição de um messias", afirma o professor de estudos bíblicos da Universidade Hebraica de Jerusalém. 

A peça se encontra em mãos de um coleccionador, David Jeselsohn, que vive em Zurique, na Suíça, e que declarou tê-la comprado em Londres, de um antiquário jordaniano. A peça procederia da margem leste do Mar Morto, na Jordânia. 
Arcanjo Gabriel 
O texto em hebraico, de natureza apocalíptica, apresenta a "revelação de que o arcanjo Gabriel vai despertar o Príncipe dos Príncipes três dias depois de sua morte". O texto está escrito, com tinta sobre a pedra, em 87 linhas, e algumas letras ou palavras inteiras foram apagadas pelo tempo. A análise de Knohl consiste essencialmente em decodificar a linha 80, onde figuram os termos "três dias mais tarde" seguidos por uma palavra meio apagada que, segundo o professor, significa "vive". 

A paleógrafa (especialista em escritas antigas) Ada Yardeni é mais prudente no que se refere à palavra "vive". "A leitura do professor é plausível, apesar de a ortografia utilizada ser raríssima", afirma Yardeni, que publicou a primeira descrição da placa em 2007, na revista de história e arqueologia israelense "Cathedra". Outros pesquisadores também preferem não tirar conclusões tão radicais do texto descoberto e, inclusive, alguns duvidam de sua autenticidade. 

Por sua parte, o arqueólogo israelense Yuval Goren, especialista em descoberta de falsificações, afirma não ter "detectado nenhum indício de falsificação no texto da pedra". "No entanto, minha análise não se aplicou à tinta", enfatiza o diretor do departamento de arqueologia e culturas antigas da Universidade de Tel Aviv. Uma arqueóloga que pediu para não ser identificada expressou suas dúvidas sobre a autenticidade da peça. 

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Ícone ortodoxo russo mostra o anjo Gabriel, porta-voz da revelação divina no texto (Foto: Reprodução)

"Estranho" 
"É muito estranho que um texto tenha sido escrito com tinta em uma placa de pedra e tenha ficado conservado até nossos dias. Para ter certeza de que não se trata de uma falsificação, seria preciso saber em que circunstâncias e onde exatamente a pedra foi descoberta, o que não é o caso", acrescentou. 

O professor Knohl deve apresentar nesta terça-feira (8) sua interpretação em um encontro em Jerusalém por ocasião do 60º aniversário da descoberta dos Manuscritos do Mar Morto. "Se essa descrição messiânica está realmente lá, isso vai contribuir para desenvolver uma reavaliação da visão popular e da visão acadêmica de Jesus Cristo", comentou o jornal "New York Times". "Isso sugere que a história de Sua morte e ressurreição não era inédita, mas parte de uma reconhecida tradição judaica da época".

Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0, ... JESUS.html

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