O LIVRO DOS GIGANTES



Entre os pergaminhos de Qumran foram encontrados fragmentos de uma obra conhecida como "Livro 
dos Gigantes", que seria uma espécie de comentário ou complemento ao Livro de Henoc.

O Livro dos Gigantes conta que Semihazah, o líder dos Vigilantes, teve dois filhos de sua esposa
 humana chamados 'Ohyah e Hahyah. Também Baraq'el, o nono vigilante chefe de dezena, foi pai de Mahawai. - Além destes, entre os nomes de gigantes citados entre os fragmentos do mar morto constam 
os "amigos" «Hobabes e ADK».

A Segunda versão Etíope narra que Asbeel «deu um conselho aos filhos dos Anjos, fazendo com que corrompessem os seus corpos com as filhas dos homens.» (I Enoch LXIX). Assim, seguindo o exemplo 
dos pais, também "se contaminaram, os Gigantes e os Nefilim", tomando esposas para "engendraram 
filhos" mas logo não havia alimento suficiente para todos, o que causou um grande problema entre seus súditos: «Os gigantes (diziam) que não lhes bastava a eles e a seus filhos (o alimento oferecido) [...] e pediam muito para comer»

«Hobabes e ADK (perguntavam...): Que me dará para matar?»

Por fim, desesperados de fome, e não podendo ser satisfeitos com o trabalho humano, os Gigantes começaram a destruir praticamente tudo que encontraram pela frente: «A impiedade foi grande, e eles erravam em todos os seus caminhos.» Um curioso fragmento, menciona esta passagem do ponto de 
vista do próprio 'Ohyah: «E com o vigor de meu braço e com a força de meu poder [...] (abati) toda carne,
 e fiz guerra com eles. Porem não [...] encontrei apoio para fortalecer-me, pois meus acusadores [...] 
habitam nos céus e vivem com os santos, e não (posso vencê-los) [...] pois eles são mais poderosos 
que eu.». - Mais tarde, 'Ohyah e Hahyah tiveram pesadelos, "e o sonho fugiu de seus olhos": «Chegou 
o frêmito das feras selvagens, e gritaram um bramido selvagem [...] Assim lhe falou 'Ohyah: "Meu sonho 
me abateu. [...] fugiu o sonho de meus olhos ao ver a visão"». Os irmãos levantaram-se e foram a Shemihaza, seu pai, e lhe contaram seus sonhos. Hahyah relatou:

«Vi em meu sonho desta noite [...] jardineiros; estavam regando (uma árvore...) numerosas raízes saíam 
de seu tronco [...] olhei até que se fecharam as fontes (... e esgotaram-se) todas as águas e o fogo 
ardeu em todo (o tronco...) Aqui se acaba o sonho.»; «Então 'Ohyah, seu irmão, reconheceu e disse 
ante os gigantes: Também eu vi em meu sonho esta noite algo extraordinário: O Poder dos céus descia 
à terra [...] aqui acaba o sonho. Então se assustaram todos os Gigantes, e os Nefilim e chamaram 
Mahawai e ele veio a eles.»

Os gigantes buscavam quem lhes explicasse o sonho. Por isso suplicaram a Mahawai e lhe enviaram até Henoc, o escriba distinto, e lhe disseram: "Escuta sua voz e diz-lhe que te explique e interprete o sonho"

Entretanto, a explicação de Henoc anunciava-lhes punição e morte pela "violência feita aos homens": 
«Então castigou e não a nós, (os justos), mas a Azazel», e também aprisionou e capturou «aos filhos
 dos Vigilantes, os Gigantes; e não serão perdoados nenhum de seus queridos.»

Então eles «se prostraram e choraram ante Henoc» - Procurando manter a calma, 'Ohyah disse a 
Mahawai: «E não trema. Quem te mostrou tudo?»; Disse Mahawai: «Baraq'el, meu pai, estava comigo.»; «Apenas havia acabado Mahawai de contar o que (... Henoc) lhe disse: "Eu ouvi maravilhas. Se uma 
estéril pode dar à luz (ainda havia uma chance deles serem perdoados)..."» Mahawai deixou «a terra e cruzou a Desolação, o grande deserto».

Então viu Henoc, chamou-o e lhe disse: «"Pela Segunda vez eu te peço um oráculo [...] a tuas palavras,
 junto com todos os Nefilim da terra"»; «"Que saibamos de ti sua explicação".» - Henoc, o escriba 

distinto, fez cópias em duas pequenas tábuas das epístulas escrevendo «em uma o testemunho dos 
gigantes (a Semihaza e a todos os seus companheiros) e na outra [o testemunho dos santos]». Então 
levou as tábuas «com todas as suas petições, por suas almas, por todas e cada uma de suas obras e 
por todos o que pediam: que houvesse para eles perdão e longevidade.» Mas o perdão lhes foi negado. Disse Henoc:

«Sabei que não (serão perdoadas ...) vossas obras e as de vossas mulheres»; «(Serão castigadas) 
elas e seus filhos e as mulheres de seus filhos (...) por vossa prostituição na terra.»; «E vos acusa a 
vós, pelas obras de vossos filhos (...) a corrupção com a qual tendes corrompido (...) até a vinda de 
Rafael. Eis que haverá destruição (...) Agora, pois, desligai vossas correntes (...) e rezai.» || «Que não 
haja paz para voz.»

Depois de repreender os Vigilantes e seus filhos, Henoc falou aos justos:

«Palavras de bênção com as quais abençoou Henoc, varão justo a quem foi revelada uma visão do 
Santo e do céu, pronunciou seus oráculos dizendo: A visão do Santo do céu me foi revelada e ouvi 
todas as palavras dos Vigilantes e dos Santos e, porque o escutei deles, eu soube e compreendi tudo. 
Não falarei para esta geração mas para uma geração futura. Agora falo acerca dos eleitos, sobre eles pronuncio meu oráculo dizendo: Sairá o grande Santo de sua morada, e o Deus eterno descerá sobre a 
terra e irá ao monte Sinai e aparecerá com seu grande exército, e surgirá na força de seu poder do alto 
dos céus. Todos os Vigilantes tremerão e serão castigados em lugares secretos em todas as 
extremidades da terra; todas as extremidades da terra se fenderão e eles serão possuídos de tremor 
e medo até os confins da terra. Fender-se-ão e cairão e se dissolverão os altos e as altas montanhas 
serão rebaixadas...»

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