Associação Homossexual Católica critica "agressividade" da Igreja

Para a associação, a publicação da carta "somente pode ter por objetivo condicionar as respostas dos católicos portugueses" ao próprio questionário que o Vaticano está a desenvolver.
A Rumos Novos lamenta a "agressividade" usada no que se refere ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, lembrando que tais posições provocam "a exclusão e marginalização destes fiéis no seio da igreja" e acentuam "a sua ferida e sensação de não-pertença ao corpo de fiéis".
A carta pastoral "só serve para continuar a estigmatizar, em vez de fraternalmente amar e acolher", diz ainda a associação que considera "inadmissível" que tentem moldar a sociedade de acordo com os seus próprios parâmetros e visão.
"A Conferência Episcopal Portuguesa não está na disposição de enfrentar estas questões, apesar da abertura pastoral que o papa Francisco tem demonstrado. E continua, antes, determinada em reafirmar vezes sem conta aquela que tem sido a posição da igreja católica, pelos menos desde o concílio de Trento, de que a orientação homossexual, incluindo o casamento entre pessoas do mesmo sexo, não é natural e deve ser combatida", conclui o documento enviado para a agência Lusa.
Ao classificar aquelas uniões de "pecaminosas" e ao incitar o legislador a tudo fazer para as tornar ilegais, a Conferência Episcopal isola-se do futuro, "como sempre esteve em relação aos métodos anticoncecionais que, como o demonstram as sondagens, são utilizados pela esmagadora maioria dos católicos", alerta a associação.

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