Em primeiro discurso de Natal, papa cobra fim do conflito na Síria

Papa Francisco faz discurso de Natal | Crédito: AFP

Em sua primeira mensagem de Natal como pontífice, o papa Francisco pediu urgência no encaminhamento de ajuda humanitária à Síria. Diante de milhares de peregrinhos na Praça de São Pedro, ele rezou pelo fim da violência no país árabe e em outras zonas de conflito.

"Muitas vidas tem sido estraçalhadas nos últimos tempos pelo conflito na Síria, alimentando ódio e vigança", disse o papa argentino, de 77 anos.

A Síria vive uma guerra civil desde março de 2011, quando a oposição se levantou contra o governo do presidente Bashar al-Assad."Vamos continuar a pedir ao Senhor que poupe o amado povo sírio de ainda mais sofrimento", disse.
Pelo terceiro ano consecutivo o conflito na Síria é o tema principal do discurso de Natal do papa, na mensagem conhecida como Urbi et Orbi.
O papa também afirmou que os recentes incidentes trágicos envolvendo imigrantes que tentam chegar à Europa - em sua grande maioria em pequenas embarcações - não podem se repetir.
Francisco também pediu pela paz no Iraque e pela paz entre palestinos e israelenses.

Sudão do Sul

Os conflitos recentes na África também foram mencionados do discurso de Francisco.
Ele classificou a violência na República Centro-Africana como "esquecida e negligenciada" em um país "destroçado por uma espiral de violência e pobreza".
O pontífice também pediu pelo fim do conflito armado na República Democrática do Congo e pela "harmonia social" no Sudão do Sul.
Ambos os países atravessam uma crise sem precedentes, com violentas disputas de poder.
Na noite de terça-feira, milhares de fiéis se reuniaram na Praça da Manjedoura de Belém, na Cisjordânia, para as celebrações de Natal.
A Igreja da Natividade, erguida no local onde Jesus teria nascido, também ficou lotada de peregrinos.
Segundo estimativas não oficiais, foi o maior público do evento em anos.

'Descrentes'

Segundo o correspondente da BBC em Roma, Alan Johston, o papa Francisco se ateve, na maior parte do tempo, ao discurso escrito. Um dos poucos momentos em que ele parece ter dispensado o script foi quando se dirigiu aos "descrentes", aos ateus.
Francisco pediu aos que não são religiosos que se juntem ao "povo de fé" na busca por um mundo melhor e de paz.
"Vamos nos unir, em prece ou com o desejo, todo mundo, pela paz", disse.
Segundo Johston, esse é talvez outro pequeno exemplo de como Francisco tenta romper os limites do Catolicismo.
"A julgar pelos aplausos, como o seu gesto foi recebido na Praça de São Pedro, muitos dos fieis estão com o papa nesse caminho", disse.

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