Concluído em Roma curso "Exorcismo e oração de libertação"

Roma (RV) – É positivo o balanço do Curso ‘Exorcismo e oração de libertação”, realizado de 13 a 18 de abril no Ateneu Pontifício Regina Apostolorum, em Roma. O encontro reuniu, entre outros, os exorcistas Padre Francesco Bamonte, Padre François Dermine e Fra Benigno Palilla.


O Diretor do Instituto Sacerdos, Padre Pedro Barrajon, recordou na sua exposição que João Paulo II, ao falar do demônio na catequese pronunciada em 1986, afirmou que “a sua ação primária é sobretudo a tentação dos homens ao mal, (...) e não está excluído que em certos casos o espírito maligno exerça o seu influxo não somente sobre coisas materiais, mas também sobre o corpo do homem, pelo qual se fala de possessões diabólicas”.
Após um aprofundamento teológico do demônio na Sagrada Escritura, nas religiões orientais e até mesmo no Islã, Padre Francesco Bramonte falou sobre ‘discernimento da ação extraordinária do demônio’. “Tudo aquilo que no mundo humano supera as possibilidades naturais do homem, se não provém de Deus, provém de Satanás: não existem estados intermediários”, afirmou. O sacerdote explicou as premissas da parapsicologia, que pretende explicar em termos naturais todos os fenômenos fora do normal, “atribuindo a eles presumíveis poderes escondidos na mente e no inconsciente, excluindo a priori a intervenção de Deus ou de Satanás na vida do homem. O homem pode superar os próprios limites naturais somente sob a ação do demônio ou de Deus. A ação do demônio tem porém sempre um fim destrutivo, mesmo se tal fim não apareça imediatamente”.
O teólogo e exorcista Helmut Moll, por sua vez, falou sobre os sinais e sintomas da obsessão diabólica descritos no Titual Romano, que vem acompanhados sempre por uma aversão exagerada ou por uma angústia inexplicável diante do sagrado.
O toxicólogo e farmacólogo Prof. Matto Marti, descreveu em seu pronunciamento as diversas substâncias estupefacientes e psicoativas utilizadas por grupos espiritualistas e em cultos destrutivos, enquanto a Professora Maria Giannini, docente de psicologia na Universidade de Estudos de Roma ‘La Sapienza’ e Diretora do Observatório Nacional de Psicologia e da legalidade, descreveu as técnicas e os efeitos psicológicos da manipulação mental dentro das seitas. “Entre o guru e o adepto se estabelece uma relação de poder, e as modalidades comunicativas são caracterizadas pela forte assimetria, explicou ela. Não são parelhas, pois o guru é o possuidor único da verdade e  das informações das quais a vítima tem necessidade, e a vítima depende dele totalmente. Esta forte assimetria serve para escravizar o outro”. O guru, além disto, se apresenta sempre “com uma imagem de onipotência, torna-se atraente, , inicialmente valoriza o outro e o influencia, deixando a ele a sensação de ser livre de escolha”.
O responsável pelo Serviço Anti-seita da Comunidade João XXIII, Padre Aldo Buonaiuto, ao chamar a atenção para a proliferação dos grupos sectários, afirmou que “as seitas mais perigosas não são as seitas satânicas, mas aquelas que não se definem satânicas de forma explícita”. Ele alertou também, que as pessoas que sofrem, muitas vezes por problemas de saúde, são aquelas que mais facilmente caem na armadilha das seitas. “O desespero pode levar à irracionalidade”, disse ele, por isto “se veem pessoas não de padrão social baixo, mas médio e alto, correrem atrás de personagens impensáveis, como magos e curandeiros”. “As pessoas correm para qualquer lugar e atrás de qualquer um quando a ciência médica diz não poder curar”, observou.
Uma mesa redonda concluiu o encontro...

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