Vaticano pondera autorizar o diaconato feminino

O Papa Francisco já convocou especialistas para reconhecer o trabalho das mulheres na Igreja Católica


O Vaticano resolveu criar uma comissão para estudar a possibilidade de permitir que mulheres se tornem diaconisas da Igreja Católica.
O anúncio foi dado na última quinta-feira (12) durante o encontro com a União Internacional de Superioras Gerais (UISG) de institutos religiosos.
Ao falar sobre o assunto, o religioso destacou a importância das mulheres no trabalho da igreja conforme informa o jornal L’Osservatore Romano. “A presença das mulheres na Igreja toca na questão do diaconato permanente e, a esse respeito, o Papa Francisco disse que seria útil constituir uma comissão de estudo que se ocupe do tema”, publicou o jornal.
Mais de 800 religiosas – representando cerca de 80 países – estiveram presentes nesse evento que ocorreu na sala Paulo VI, onde o Papa pode responder as perguntas das mulheres sobre diversas questões, entre elas os “obstáculos” que a Igreja ainda enfrenta para inserir as mulheres nos cargos eclesiásticos.
Hoje o diaconato da Igreja Católica é reservado apenas a homens, assim como o sacerdócio e o episcopado.
Mas desde o Concílio Vaticano II (1962-1965) homens casados com mais de 35 anos podem ocupar o cargo de diácono e apenas os solteiros podem seguir como candidatos ao sacerdócio.
A possibilidade de aceitar mulheres como diaconisa tem base teológica pelo livro de Romanos que cita Febe, a “diaconisa na igreja de Cêncreas” (Romanos 16:1), porém enfrenta resistência dos teólogos que não reconhecem o ordenamento feminino.
“As reivindicações dos legítimos direitos das mulheres, a partir da firme convicção de que homens e mulheres têm a mesma dignidade, colocam à Igreja questões profundas que a desafiam e não se podem iludir superficialmente”, disse o Papa.
O papa prometeu reunir eclesiais e os teólogos para pensarem sobre o “possível lugar das mulheres onde se tomam decisões importantes, nos diferentes âmbitos da Igreja”.

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