Solto, Caio Fabio diz que prisão foi “viagem missionária”

Pastor gravou vídeo afirmando que foram “dias de milagres, de graça e de maravilhas”

A prisão do pastor Caio Fábio D’Araujo Filho esta semana teve grande repercussão entre os evangélicos do país. Muitos afirmavam que a notícia era falsa, uma vez que seu ministério preferia não comentar o ocorrido. Contudo, acabou posteriormente sendo confirmada pela família.
Durante muito tempo um dos expoentes da igreja brasileira, o líder do Caminho da Graça, desde 1998 vê seu nome envolvido em um escândalo político que teve como articulador principal o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em áudios vazados na internet, no dia 24, Caio Fábio procura explicar a situação para as pessoas ligadas ao seu ministério. “Estou sendo conduzido para a superintendência da [Polícia] Federal e depois para a Papauda, num regime semiaberto. Não teve ainda nenhuma acção do meu advogado e eu mesmo estava absolutamente certo que esse era um processo vencido há muito tempo e acabado. Então, com toda tranquilidade, gostaria só que vocês informassem o pessoal da igreja…. o que aconteceu”, diz o material.
Dois dias depois, outro áudio, de autoria da pastora Adriana D’Araújo, confirmava a prisão de seu esposo, mas garantia que ele já estava fazendo um “trabalho evangelístico”, pois muitos detentos estavam pedindo para falar com ele. Ela também pedia aos membros da igreja que não comentassem o assunto, apenas orassem, pois o melhor agora seria “o silêncio”.
Liberado por um Habea Corpus, Caio Fábio postou um breve vídeo nas redes sociais onde mostra estar em casa, “na paz do Senhor”. Sem entrar em detalhes sobre os dias na prisão, afirmou que foi uma “semana de envio apostólico missionário”.
Segundo ele, tudo ocorreu para que cumprisse o que havia pregado na semana anterior, sobre os cristãos serem “cartas vivas”. Declarou que foram “dias de milagres, de graça e de maravilhas” e que teve um sinal singelo “que tudo aquilo foi apenas missão”.
Finalizou lembrando que pregará normalmente no domingo no Teatro Universa, onde sua igreja se reúne, mas não deu detalhes se falará sobre o cárcere.

Cronologia da prisão

O dossiê Cayman, como ficou conhecido, foi revelado as vésperas da eleição presidencial daquele ano. Ele continha dados sobre uma empresa e de contas que supostamente eram controladas por Fernando Henrique Cardoso, candidato à reeleição.
O conjunto de papéis também mostrava depósitos de US$ 368 milhões nessas contas, dinheiro arrecado por meio de propina recebida pela privatização de empresas do setor de telecomunicações.
Comentando o assunto ano depois, Caio Fábio dizia que Fernando Henrique o havia inocentado em depoimentos para o processo em 2005.
Contudo, em 2011, a Folha de São Paulo divulgou que o pastor fora condenado pela juíza Léa Maria Barreiros Duarte a quatro anos de prisão por ser considerado o autor dos documentos, mas ele não foi preso.
A condução para o presídio da Papuda, no Distrito Federal, só veio em 24 de maio de 2017, onde o pastor cumpriu apenas 4 dias. O site do Tribunal Superior Eleitoral dá conta que Às 12h43 do sábado (27), foi emitido um habeas corpus em favor de Caio Fábio pelo desembargador Carlos Eduardo Padin.

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